
Jansen Bueno sofreu durante a sexta etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula
Truck, no último domingo (4) em Cascavel (PR), o acidente mais sério de sua
ainda curta carreira no automobilismo. O piloto paranaense da DB Motorsport
tombou seu Volvo depois de receber um toque lateral na curva 4 do traçado do
Autódromo Zilmar Beux na 17ª volta da corrida. Apesar da imagem do acidente, que
impressionou, o piloto nada sofreu.
“Estou com o pescoço um pouquinho
dolorido, mas foi só isso. Na hora, o médico da categoria até chegou a me
colocar o colar ortopédico, mas fez um exame rápido na pista mesmo, fez algumas
perguntas, examinou meus olhos e já falou para tirar o colar. Comigo não
aconteceu nada”, diz o piloto de 23 anos, citando o doutor Daniel Gabriel de
Moraes, médico da Fórmula Truck. “Vi que o pessoal se impressionou, mas não
achei assustador, não”.
Bueno lembra com detalhes de tudo que aconteceu.
“Vi a imagem da televisão, tudo bate direitinho com o que lembro. Eu estava
atrás do Alex Caffi, que saiu da pista na curva do S. Travei rodas e fui por
fora, pela grama. Nisso chegaram o (Pedro) Muffato e o (Alberto) Cattucci, os
dois tinham pista limpa, e nós três ficamos lado a lado. O Muffato deu um toque
no Cattucci, ele veio para cima de mim e meu caminhão saiu da pista”,
descreve.
O Volvo de Jansen Bueno avançou sobre um barranco à beira da
pista e tombou, com a porta esquerda, a do piloto, ficando a mais de dois metros
do solo. “Só esperei chegar alguém para me ajudar porque, se soltasse o cinto de
segurança, eu iria cair lá dentro. Enquanto isso, posicionei a equipe pelo rádio
de que estava tudo bem, até para eles avisarem os familiares e os amigos que
estavam no box. Foi um acidente normal, coisa de corrida”, define.
A
maior decepção do piloto ficou por conta do resultado que deixou de conquistar.
“Eu larguei em 16º e estava em oitavo, indo para cima, o rádio me avisando que
ia dar pódio, poderia dar, mesmo. Eu precisava desse resultado, depois de alguns
resultados ruins”, pondera. “Quando vi que ia bater, só tirei as mãos do
volante, para não machucar o punho. Fiquei tranquilo o tempo todo, o pico de
adrenalina já estava ali, por causa da disputa forte”.
Sem consequências
físicas, Jansen manifesta sua preocupação com os reparos necessários no
caminhão. “Foi uma batida forte, estragou mais a parte da frente. Quebrou o
eixo, entortou o chassi. A cabine, que é o mais trabalhoso para fazer, não ficou
tão danificada”, resume. “Já estamos trabalhando em um ritmo intenso, forte
mesmo, para ver se conseguimos colocar meu caminhão na pista na próxima corrida.
É um desafio”, ele reconhece.
A sétima etapa do Campeonato Brasileiro de
Fórmula Truck, no dia 8 de setembro, acontecerá no Autódromo Oscar Cabalén, em
Córdoba, na província argentina de Alta Gracia. “O fato de ser na Argentina
complica as coisas para nós, porque há a necessidade de sairmos antes. Ou seja,
temos praticamente duas semanas para deixar o caminhão em condições. Essa é a
nossa corrida, toda a equipe está muito empenhada para vencer essa”, finaliza.